24.2.06

Bono, o amigo da garotada

Polêmica na área: artigo de mau gosto sobre Bono Vox na Folha de SP provoca a intelligentsia brasiliana.

Que o artigo em questão seja tendencioso, picareta, não resta dúvida. Que o Bono Vox seja o bobo-da-corte da social-democracia-bem-intencionada, tampouco. Vejam bem, o sujeito tem uma coleção de um milhão de óculos escuros porque, segundo diz, tem a vista sensível. Detalhe: o palco do Vertigo é exatamente uma parede com um milhão de lâmpadas.

E, francamente, não precisa fazer parte da nova direita, nem fazer muito esforço para achincalhar esse aí. Em duas palavras: "Bono Vox".

Mas, como diz o poeta: enfim...

O National Lampoon fez um especial para o nosso paladino que é algo. Sigam o link e aproveitem para adquirir o melhor dos produtos, antes que esgote:

THOM YORKE ®SIGNATURE SERIES

  • One (1) copy, "The Waste Land" by T.S. Elliot
  • One (1) lemon to suck on
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Harold Lloyd, fotógrafo


Poucos conhecem a porção fotógrafo do genial astro do cinema mudo Harold Lloyd. Se a memória não ajuda (ele anda meio esquecido), trata-se desse sujeito aí ao lado, que ilustra uma das mais famosas imagens do cinema.

Após abandonar a carreira no cinema, Lloyd deu a volta ao mundo reunindo uma obra fotográfica gigantesca, com aproximadamente 500 mil fotografias. Seus temas favoritos eram paisagens e, bem, jovens e lindas garotas.

Ao longo da década de 1950, o eterno calouro fez mais de cem mil fotografias de jovens estrelas e pin-ups (incluindo Bettie Page, Tura Satana e Roni Scott), nas mais diversas locações e de todos os ângulos imagináveis. A foto abaixo faz parte de um belíssimo ensaio de Marilyn Monroe, fotografada enquanto tomava sol na piscina da mansão de Lloyd, nos intervalos da filmagem de Como agarrar um milionário.

Algumas reproduções do trabalho de Lloyd foram disponibilizadas para venda por seus herdeiros. Mas fica o aviso: os preços são bem salgados.

(Clique na imagem para visitar o site oficial da The Harold Lloyd Collection)

22.2.06

O Império contra-ataca

"Razorback2" é um nome bastante conhecido dos usuários do software eMule, ou de qualquer outro cliente da rede eDonkey 2000. Trata-se do servidor mais popular da rede de P2P, que reúne uma comunidade de cerca de 3,5 milhões de usuários.

Ou melhor: tratava-se. Às 10h da manhã desta terça-feira, 21/02, a polícia federal belga, em ação articulada com autoridades da Suíça, encerraram as atividades do Razorback2 (a associação tem sede no último, mas o coração do sistema está instalado na Bélgica) e prenderam dois de seus administradores. Um servidor não é nada mais que um índice dos locais que abrigam arquivos (muitos deles cópias ilegais de filmes) trocados pelos usuários da rede eMule/eDonkey – ao contrário de sites de indexação de arquivos, como o ShareReactor. O Razorback2 em si não indexava ou disponibilizava o conteúdo para download – apenas a localização.

A ilegalidade do tipo de operação efetuada pelo Razorback2 é questionável, mas isso não impediu a ação das autoridades. Na verdade, o Razorback tentava conciliar legalidade e P2P, fornecendo estatísticas para empresas de marketing e difundindo o download pago, legal, para os fornecedores de conteúdo. O principal administrador do grupo havia chegado a anunciar o desejo de colaborar com o banimento dos usuários que fizessem downloads ilegais, uma vez denunciados pelos titulares dos direitos autorais – mas não obteve nenhuma resposta.

A MPA expressou sua alegria por meio de um comunicado para a imprensa, em que comemorava o fim do "infame" servidor. Com a palavra, Don Glickman, presidente da associação: "Esta é uma grande vitória em nossa luta para cortar o fornecimento de materiais ilegais que circulam na Internet através das redes peer to peer. Cortando o tráfico ilegal de obras facilitado pelo Razorback2, estamos impedindo outras redes ilegais de sua habilidade de fornecê-las a piratas da Internet, o que é um passo positivo em nosso esforço internacional de combate à pirataria".

A discussão, naturalmente, tem a ver com a própria natureza do P2P, e é complexa o bastante para suscitar ao menos mais alguns anos de pendengas judiciais ao redor do mundo. Mas a posição da MPA é bem clara, e extremamente agressiva.

O release afirma que os administradores do Razorback2 tinham "óbvios motivos financeiros". "Além de coletar 'doações' de usuários, sua renda também era gerada por meio da venda de publicidade em seu site, normalmente promovendo websites pornográficos. Adicionalmente, a disponibilidade de conteúdo ofensivo será inibida [em razão do fechamento do servidor]. Os operadores deste site do eDonkey optaram por não exercer controle sobre os arquivos trocados pelos usuários, incluindo aqueles que incluem pornografia infantil, instruções para a manufatura de bombas e videos de treinamento terrorista". John G. Malcolm, VP executivo e diretor anti-pirataria internacional afirma: "era uma ameaça à sociedade".

O fato de que o Razorback fornecia ajuda logística preciosa à distribuição legal de conteúdo livre em geral, como freewares e sharewares, além de difusão de música e eBooks isentos de direitos, não foi considerado no comunicado.

Mas ao contrário do que o release da MPA quer fazer crer, o desaparecimento do Razorback2 não altera absolutamente nada no hábito de milhões de usuários do eMule, que contam já há alguns meses com um sistema completamente descentralizado de indexação – o Kademilia ou simplesmente "Kad".

Alguns falsos servidores que "imitam" o Razorback2, na verdade comunidades criadas por entidades de defesa do copyright, permanecem ativas, com a finalidade de reconhecer e deter os "lançadores" de arquivos e diminuir o fluxo de trocas de cópias ilegais.